29/05/2011 - Fonte: BBC Brasil
China quer garantir o suprimento de sua demanda por soja
Segundo reportagem, restrições a compras de terra levam chineses a
fornecer crédito para agricultores aumentarem produção para
exportação.
O interesse da China em comprar terras no Brasil para o cultivo de
soja vem demonstrando a relação de crescente dependência da economia
brasileira e causando incômodo no país, afirma reportagem publicada
nesta sexta-feira pelo diário americano The New York Times.
O jornal observa que apesar de o Brasil, a Argentina e outros países
latino-americanos terem estabelecido recentemente restrições à compra
de terras por estrangeiros, os chineses vêm buscando aumentar o seu
controle sobre a produção, “levando o fervor de sua nação pela
auto-suficiência agrícola para o exterior”.
Segundo a reportagem, diante das restrições à compra de terras, os
chineses adotaram uma estratégia diferente, provendo crédito aos
agricultores locais para impulsionar a produção de grãos para
exportação.
A China deseja com isso aumentar a segurança alimentar do país e
garantir o suprimento da crescente necessidade de soja para a
alimentação de animais destinados ao consumo interno e “compensar sua
crescente dependência de cultivos dos Estados Unidos”.
“Enquanto muitos saúdam os investimentos, a estratégia agressiva
ocorre no momento em que autoridades brasileiras começam a questionar
a ‘parceria estratégica’ com a China encorajada pelo ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva”, diz o jornal.
“Os chineses se tornaram tão importantes para a economia brasileira
que ela não pode mais ficar sem eles – e isso é precisamente o que
está deixando o Brasil cada vez mais incomodado”, complementa a
reportagem.
‘Relação neo-colonial’
O New York Times observa que a China se tornou recentemente o maior
parceiro comercial do Brasil, comprando volumes cada vez maiores de
grãos de soja e minério de ferro e investindo bilhões no setor de
energia brasileiro, ajudando a estimular a economia e a tirar mais de
20 milhões de brasileiros da pobreza extrema.
“Apesar disso, especialistas dizem que a parceria se degenerou em uma
relação neo-colonial clássica na qual a China tem a posição mais
forte”, diz o texto, observando que quase 84% das exportações
brasileiras à China no ano passado foram de matérias primas, enquanto
98% das importações de produtos chineses foram de produtos
manufaturados.
Para o jornal, as movimentações da China para comprar terras deixou as
autoridades locais “nervosas”. A reportagem comenta que recentemente
o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, reinterpretou uma lei de
1971, tornando mais difícil a compra de terras por estrangeiros.
Na Argentina, a presidente Cristina Kirchner enviou no mês passado ao
Congresso um projeto que limita a quantidade de terras que
estrangeiros podem ter no país.
Atualizado em 27 de maio, 2011 - 08:12 (Brasília) 11:12 GMT
Por: BBC
China quer garantir o suprimento de sua demanda por soja
Segundo reportagem, restrições a compras de terra levam chineses a
fornecer crédito para agricultores aumentarem produção para
exportação.
O interesse da China em comprar terras no Brasil para o cultivo de
soja vem demonstrando a relação de crescente dependência da economia
brasileira e causando incômodo no país, afirma reportagem publicada
nesta sexta-feira pelo diário americano The New York Times.
O jornal observa que apesar de o Brasil, a Argentina e outros países
latino-americanos terem estabelecido recentemente restrições à compra
de terras por estrangeiros, os chineses vêm buscando aumentar o seu
controle sobre a produção, “levando o fervor de sua nação pela
auto-suficiência agrícola para o exterior”.
Segundo a reportagem, diante das restrições à compra de terras, os
chineses adotaram uma estratégia diferente, provendo crédito aos
agricultores locais para impulsionar a produção de grãos para
exportação.
A China deseja com isso aumentar a segurança alimentar do país e
garantir o suprimento da crescente necessidade de soja para a
alimentação de animais destinados ao consumo interno e “compensar sua
crescente dependência de cultivos dos Estados Unidos”.
“Enquanto muitos saúdam os investimentos, a estratégia agressiva
ocorre no momento em que autoridades brasileiras começam a questionar
a ‘parceria estratégica’ com a China encorajada pelo ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva”, diz o jornal.
“Os chineses se tornaram tão importantes para a economia brasileira
que ela não pode mais ficar sem eles – e isso é precisamente o que
está deixando o Brasil cada vez mais incomodado”, complementa a
reportagem.
‘Relação neo-colonial’
O New York Times observa que a China se tornou recentemente o maior
parceiro comercial do Brasil, comprando volumes cada vez maiores de
grãos de soja e minério de ferro e investindo bilhões no setor de
energia brasileiro, ajudando a estimular a economia e a tirar mais de
20 milhões de brasileiros da pobreza extrema.
“Apesar disso, especialistas dizem que a parceria se degenerou em uma
relação neo-colonial clássica na qual a China tem a posição mais
forte”, diz o texto, observando que quase 84% das exportações
brasileiras à China no ano passado foram de matérias primas, enquanto
98% das importações de produtos chineses foram de produtos
manufaturados.
Para o jornal, as movimentações da China para comprar terras deixou as
autoridades locais “nervosas”. A reportagem comenta que recentemente
o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, reinterpretou uma lei de
1971, tornando mais difícil a compra de terras por estrangeiros.
Na Argentina, a presidente Cristina Kirchner enviou no mês passado ao
Congresso um projeto que limita a quantidade de terras que
estrangeiros podem ter no país.
Atualizado em 27 de maio, 2011 - 08:12 (Brasília) 11:12 GMT
Por: BBC
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