Por Fábio Reis
Da Página do MST
Na última quarta-feira (18) foi registrado mais um caso de ameaça de morte a um trabalhador Sem Terra do MST, na região Sul do Maranhão (MA). Por volta das 16h, o camponês e dirigente Lazaro Alves Ferreira, que participava da Jornada de Lutas pela Reforma Agrária em Brasília, recebeu uma mensagem em seu celular com ameaças de morte a sua pessoa e à sua família.
Esta é a segunda ameaça de morte sofrida por Lazaro. O camponês está aterrorizado com as ameaças e com o descaso das autoridades locais, que não demonstram nenhum interesse em investigar quem são os mandantes dos crimes e tomar providencias para acabar com a violência na região. Segundo ele, quando foi denunciar as ameaças de morte que vem sofrendo, a polícia local alegou que “não valia a pena gastar cerca de mil reais para buscar a pessoa que possivelmente me ameaçou”, revela.
Durante audiência com no Ministério do Desenvolvimento Agrário, na sexta-feira (20), o trabalhador denunciou a ameaça de morte sofrida ao Ministro do Desenvolvimento Agrária (MDA), Pepe Vargas, que se comprometeu em encaminhar o caso ao Ouvidor Agrário Nacional, Gercino da Silva Filho, que deverá entrar em contato com a polícia da região e tomar as medidas cabíveis para impedir o assassinato de mais um trabalhador rural.
A onda de ameaças e violência contra trabalhadores rurais já se alastra por várias semanas na região Sul do Maranhão. No dia 14 de abril, o militante e camponês Raimundo Borges, popularmente conhecido como “Cabeça”, foi assassinado a tiros por pistoleiros, nas proximidades de sua casa, no assentamento Terra Bela, no município de Buriticupu.
Na sexta-feira (20), entidades e movimentos sociais de diversas áreas realizaram protestos e manifestações no município, denunciando a violência no campo e cobrando punição aos responsáveis pelo assassinato.
Até o momento, já foram registrados cerca de 10 casos de ameaça de morte a trabalhadores rurais na região sul do estado.
Contexto
Os assassinatos e ameaças de morte que vêm ocorrendo na região Sul do Maranhão se deve às ocupações de terras realizadas pelos Sem Terra. As áreas que eles ocupam pertencem a união, mas foram griladas pelos fazendeiros. Segundo os trabalhadores, somente na região existem 14 fazendas suspeitas de grilagem de terra.
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