segunda-feira, 23 de julho de 2012

Notas de um inverno no Brasil Central

Era julho. O frio de 13 graus se acentuava à medida que o ônibus cortava a estrada e o vento entrava pela janela. De um lado, grandes paredões da Chapada dos Guimarães, cercados pela disforme, rica e exuberante vegetação do cerrado. Do outro, grandes fazendas, suas cercas de arame farpado e gado. Muito gado.

Era 7 da manhã. Para aquelas bandas, o frio continuava implacável 13 graus. Uma cena. O contraste. Casebres de papelão e plástico se espremiam entre a estrada e a cerca de arame farpado. Rápido. Tudo muito rápido. 15, 20 "moradias". Do telhado (?) de algumas casas (?) saía uma fumaça. Era o fogão preparando o café da manhã, ou apenas uma tentativa de se livrar do frio?

Era 7 da manhã. Ninguém do lado de fora dos casebres. Quem é do campo, sabe. A essa hora é pegar a enxada nas costas e partir para a roça. Que roça? O gado comeu. 

Era 7 da manhã. Fazia 13 graus. O vento, soprava. O sol, brilhava. O frio, castigava. A Chapada resplandecia. O homem. O homem.

Igor Almeida 




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