domingo, 29 de setembro de 2013

Mais um conflito na comunidade de Cipó Cortado

 Se tornaram bem acentuadas as denúncias do envolvimento de policiais militares em conflitos pela posse da área. A exemplo do município  de Codó, onde a prática é bem vergonhosa e denunciada a Ouvidoria  Agrária Nacional, mas que o Comando Geral da PM se recusa terminantemente a adotar as providências necessárias, apesar de já ter recebido duas correspondências do Ouvidor Agrário Nacional, os problemas tomam dimensão de proliferação na certeza da impunidade.  Hoje, o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do município de João Lisboa, denunciou à direção da FETAEMA, que ontem um grupo de militares e jagunços tentou invadir o acampamento  de uma área de posse, conhecida como Cipó Cortado. O clima foi tenso , com gritos de mulheres, crianças e idosos e os trabalhadores armados com foices e facões  diziam que morreriam mas não seriam expulsos, diante do grupo fortemente armado com escopetas e pistolas de  grosso calibre. Dentre os invasores, alguém temeu pelo iminente registro de um morticínio e o grupo recuou com a promessa de retornar depois.
         Na última quinta-feira, na reunião dos Bispos do Maranhão, realizada em São Luís, o colegiado defendeu a necessidade urgente de elaboração de um documento  com detalhes de todos os conflitos no Estado para ser encaminhado a Governadora Roseana Sarney, ao desembargador Antonio Guerreiro, presidente do Tribunal de Justiça e ao presidente da Assembleia Legislativa do Estado, deputado Arnaldo Melo. O episcopado deve com direção nacional da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil ir ao Conselho Nacional de Justiça, ao Ministério da Justiça e ao MDA. A verdade é que a Polícia Militar, instituição da Segurança Pública, ao invés de manter a ordem e o direito de ir e vir dos cidadãos, vem  sendo utilizada por políticos e empresários do agronegócio como aparelho repressor, idêntico a muitas decisões judiciais ao arrepio da lei, destacaram vários bispos, salientando que a Policia Militar é na verdade a grande estimuladora da violência no Estado.
         O bispo Dom Gilberto Pastana, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Regional do Maranhão e da Diocese de Imperatriz já foi comunicado do fato, devendo ele visitar as famílias que estão sendo vítimas da opressão da Policia Militar. Os conflitos agrários no Maranhão estão ficando cada vez mais acirrados pela incompetência da direção do INCRA, que tem procurado postergar desapropriações e regularizações fundiárias para beneficiar latifundiários, empresários do agronegócio e até mesmo grileiros, uma vez que o Superintendente Regional está em plena campanha política como candidato a deputado estadual pelo PT.

Situação relatada agora pouco (Sábado, 28-09-2013):
INFORMAcOES DE AGORA AS 17:20 HS, OS PISTOLEIROS DOS FAZENDEIROS NA CIPO CORTADO ESTAO FEICHANDO O CERCO COM MUITOS TIROS NOS ARREDORES DO ACAMPAMENTO, OS TRABALHADORES ESTAO SENDO SUFOCADOS. ( COSMO RODRIGUES ) STTR- JOAO LISBOA.

Informações repassadas por Diogo Cabral, advogado da FETAEMA

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