Os ministros de Justiça do Brasil, Argentina, Espanha e Portugal assinaram hoje em Buenos Aires acordo para desenvolver um plano conjunto de prevenção e combate ao tráfico de pessoas. "Estamos aqui para trabalhar juntos e buscar ações integradas para enfrentar o crime organizado e, principalmente, o tráfico de pessoas", afirmou, de acordo com sua assessoria, o ministro brasileiro, José Eduardo Cardozo, durante a Conferência de Ministros de Justiça dos Países Ibero-Americanos (Comjib).
Em sua apresentação, Cardozo falou sobre a experiência brasileira, que está baseada em três eixos: prevenção, repressão e atendimento às vítimas. O ministro argentino, Julio Alak, afirmou que "há quatro milhões de vítimas em todo o mundo" e que na Argentina, "nos últimos três anos, foram liberadas 1.622 pessoas exploradas e escravizadas por seus captores".
"O tráfico de pessoas excede a uma organização criminosa marginal", afirmou Alak. "Na Argentina, em menos de dois meses, conseguimos liberar mais de meio milhão de peões rurais, vítimas de trabalho escravo por parte de empresas agropecuárias multinacionais e submetidos a condições precárias de extrema gravidade".
Depois do tráfico de drogas e de armas, o tráfico de seres humanos é a forma de crime organizado que movimenta o maior volume de dinheiro no mundo, conforme dados Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo a ONU, o tráfico de pessoas está relacionado a outros crimes, como trabalho escravo, exploração sexual de crianças e adolescentes, prostituição e comercialização de órgãos para transplantes.
O acordo assinado hoje pelos quatro ministros visa o desenvolvimento de estratégias conjuntas para a prevenção e criminalização do tráfico de pessoas e proteção às vítimas. Ainda na tarde de hoje, Cardozo e o secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, que preside a Comissão da Anistia, visitam o Parque da Memória, um monumento criado pelo governo Kirchner em homenagem às vitimas da ditadura militar na Argentina (1976 a 1982). Antes de embarcar de volta a Brasília, Cardozo concede entrevista coletiva à imprensa.
Agência EstadoParaná Online
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